Da carência à inocência
Por momentos deram uns quantos abraços como se fosse aquilo que ambos desejassem desde há muito, escondiam no íntimo para não se tornarem vulneráveis e expostos. Por momentos foram um, como se de uma fusão se tratasse e onde deixou de existir qualquer tipo de escuridão a atormentar. Ela não o conhecia, ele também muito menos, mas pareceu que se conheciam desde há muito. Aquele abraço, aquele toque, aquelas flores no ar do perfume misturado com a maresia, foi demasiado encantador. Naquele instante, naquele momento estavam os dois protegidos e não se conseguiam largar porque era aquilo que precisavam. A intensidade, o sentimento, o momento, a pessoa, o carisma.
Aconteceu...
Duas almas fundiram-se e por momentos ficaram confusas, porque alguém conseguiu entrar no sentimento adormecido e negado desde há muito tempo. O que significou para eles? Nada e tudo! Apenas andavam perdidos dentro de eles próprios. Mas naquele momento, naquele instante, encontraram o quem em outrora perderam.
Dado à sua intensidade, ambos imaginaram um abraço tão longínquo que os fez acreditar que iria ser até ao final dos seus dias.
Entrelaçados naquele abraço não houve espaço para medos.
Foto de: Sara S.
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